segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mais AB - Globo Caruaru

Publicada em 10/12/2009 às 15:38 Modificado em 10/12/2009 às 15:49

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Artista itinerante chega a Caruaru

O artista plástico Edson (Ed) Bernardo escolhe o Alto do Moura para continuar a produção artística de autoria dele




ABTV 1ª Edição/ TV Asa Branca



Da Redação do Portal +AB

O artista plástico Edson (Ed) Bernardo Pereira chega a Caruaru, no Agreste de Pernambuco, após expor o trabalho dele, por cerca de quatro anos, em viagens realizadas pelo nordeste (Saiba mais sobre o artista no vídeo ao lado)

Ed tem a intenção de montar um ateliê no Alto do Moura – uma espécie de piloto para uma fundação de cultura, a qual anseia criar. Apesar disso, ainda está morando na carroça, puxada por um cavalo (o "matuto"), na qual percorreu cerca de seis mil quilômetros – passando por 267 lugares, em nove estados do nordeste (Pernambuco; Paraíba; Rio Grande do Norte; Ceará; Piauí; Maranhão; Bahia e Sergipe).

O "projeto Carroçarte" (projeto cultural itinerante) está sendo finalizado, contabilizando um arquivo de 25 mil fotografias e 17 horas de filmagens (reportagens), além de três livros em fase de produção (dentre eles o "Ideários de uma carroça", que relata a história da casa itinerante).

Edson escolheu o Alto do Moura para se fixar, por considerar o local um celeiro de arte em expansão.

O artista, que tem como foco a xilogravura, é natural de Recife e tem 49 anos. Antes de iniciar a rota de viagem, trabalhou como bancário, operador financeiro de um hotel e pesquisador do Ibope, quando teve a oportunidade de conhecer vários municípios do nordeste e ampliar, segundo ele, a essência regional na arte por ele produzida. Foi aí que deixou o emprego formal, e passou a se dedicar integralmente à pintura.



O endereço do site de Ed Bernardo é "www.carroçarte.com.br" e do blog é o "www.carrocarte.blogspot.com"

domingo, 8 de novembro de 2009

Agradecimento

O projeto Carrocarte, está sendo finalizado depois de três anos e nove meses, depois de percorrer os nove estados do nordeste, Pernambuco/Paraíba/Rio Grande do Norte/Ceará/Piauí/Maranhão/Bahia e Sergipe. Com um arquivo de 25 mil fotografia e 17 horas de filmagens, três livros sendo escritos. O projeto agora segue pra Caruaru onde será feito um piloto da Fundação de Cultura.
Agradeço à todas as pessoas que ajudaram a minha passagem pelas suas vidas e mostraram um carinho com o projeto e me ajudando a seguir em frente.
Que Deus abençõe à todos .
Ed Bernardo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Chegada ao Recife - Parte 1 do Carroçarte encerrada

Entrevista ao Diário de Pernambuco

Circuito artístico a bordo de uma carroça

Artista plástico e escritor pernambucano Ed Bernardo passou os útlimos três anos na estrada e percorreu todo o NordesteJúlio Cavani
juliocavani.pe@dabr.com.br


Por amor à arte, o artista plástico e escritor pernambucano Ed Bernardo passou os últimos três anos na estrada e atravessou os nove estados do Nordeste a bordo de uma carroça puxada por um cavalo.

Temporada on the road rendeu três livros e muitos quadros. Foto: : Cecilia de Sa Pereira/Aqui PE/D.A Press
Ele começou a jornada no Recife no dia 21 de janeiro de 2006 e percorreu mais de 6 mil quilômetros entre a Bahia e o Maranhão. Para pagar a maior parte das despesas, vendia suas pinturas pelo caminho. "Eu ria toda vez que passava por uma placa com a palavra retorno", conta o viajante.

Ed Bernardo está no Recife e pretende encerrar o projeto daqui a duas semanas em Caruaru, no Alto do Moura, onde quer abrir uma fundação para contar sua história e oferecer cursos artísticos. Durante todo o trajeto, sua carroça foi conduzida pelo mesmo cavalo, chamado Matuto, que vai se aposentar em seguida.

Além dos quadros, a carroça é um objeto de arte em si. O veículo carrega registros da experiência vivida por Bernardo, que pintou nas laterais as bandeiras de todos os estados e pequenas figuras que simbolizam cada cidade visitada, além de frases com pensamentos filosóficos e piadas.

Com o projeto, Ed Bernardo se tornou uma testemunha direta da situação social do Nordeste no século 21. "Ainda há alguns poucos lugares sem eletricidade, mas a internet já chegou na maioria. O Brasil é pobre, só que não vi ninguém passar fome. Hoje em dia, você só encontra miseráveis nas capitais. Só existe miséria por causa das drogas", garante o artista, que só viu uma pessoa morta na estrada e não foi assaltado em nenhum momento, apesar de às vezes furtarem objetos de sua carroça.

Para comer, Ed cozinhava em um pequeno fogão dentro da carroça, onde também dormiu todas as noites. "As pessoas me ofereciam hospedagem, mas eu não precisava. Eu acho que isso desvincularia os objetivos do projeto", defende. "O mundo é um grande banheiro", responde ao ser questionado sobre onde fazia suas necessidades fisiológicas. Além da venda dos quadros, ele se sustentava por meio de apoios de empresas e instituições.

A viagem foi interrompida em alguns momentos, principalmente quando Ed conseguia vender muitos quadros em uma mesma cidade. Ele passou 40 dias em Nova Jerusalém (em referência à temporada de Jesus no deserto), um mês em Arcoverde e mais de dois meses em Fortaleza (CE), além de um semestre inteiro na Praia de Pipa (RN), onde sua filha tinha um restaurante. Nessas pausas, dormia sempre na carroça e levava Matuto para descansar em algum haras quando resolvia visitar o Recife durante alguns dias para depois voltar e continuar na estrada.

Ed Bernardo escreveu três livros durante o período. Um deles é o diário da viagem, intitulado Ideários de uma carroça. Os outros dois são romances de ficção adultos: Ideário de uma calcinha de chita conta a saga de uma mulher que sofreu na vida ("foi estuprada e trabalhou como prostituta"), mas ficou rica ao se casar com um político em Brasília. Onze e cinquenta e nove (11:59) se passa em um shopping center onde os manequins ganham vida sempre à meia-noite.

Herman Hesse, Pedro Juan Gutiérrez eJorge Amado estão entre suas influências como escritor, mas ele diz que tem um estilo próprio, que combina elementos ficcionais e reais (alguns inspirados em coisas vistas ao longo da viagem). Os livros inteiros foram escritos em uma máquina de escrever, pois Ed preferiu não transportar um computador na carroça para evitar riscos de assalto. Ele também tirou mais de 25 mil fotos e escreveu poemas que podem ser vistos no blog www.carrocarte.blogspot.com.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Os insetos farejam a arte


No meu mundo inventado/Vivo catando coisas
coisas com insiguinificâncias/Com grandiosidades ínfimas
As vezes pareço um alfaiate/Alinhavando um lençol de várias matizes de emoções
Fazendo uma grande colcha de retalhos e lembranças
E brinco até de Deus/Separando brigas de inseto.

sábado, 20 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Homenagem ao MATUTO (O cavalo)


No interior de Pernambuco onde nascí
O ano eu não me lembro
Carreguei muito tijolo, brita e munturo
O meu dono me batizou de MATUTO

Um dia chegou um cara e conversou
Meu dono que tava liso que só
Nem um grão de milho podia comprar
Fui vendido pro falador e minha sina começou

Andei de carro pela primeira vez
E quando avistei as pontes do Recife
Até rinchei e quando vi o mar
Me embebedei, más /á carroça carreguei

Foi tanta coisa nova que fiquei até cabreiro
O no meu ouvido um caba ficou falando
Parecia um curandeiro, fiquei atento
E numa noite as pontes fui rompendo

Eu um cavalo do interior, agora com fotos nos jornais
Vídeos na internet e tudo mais
Agora sou bem tratado, nunca tinha comido ração
Hoje sinto o cheiro de longe é uma bênção

Remédio pra vermes, Glicopan e potenay
Ferraduras nas minhas patas
Corte nas minhas crinas
E as éguas firam umas felinas

Hoje sou vaidoso tenho até orkut
Com fotos íntimas por sinal
Sorrindo depois de fazer amor
Nem lembro do meu interior, que horor

Hoje quando me hospedo nos interior
Todo mundo corre pra ver
Vije como ele é bonito e gordo
E o meu dono fica todo vaidoso

O meu dono que desculpe a expressão
Más quando à carroça chega
Causa uma boa impressão
Más o cavalo cansado abre o coração

As mulheres vão logo dizendo
Meu Deus o coitado do cavalo
Como aguenta meu senhor
E meu dono muito sabido atalha o temor

Ele já comeu ração logo pela manhã
E eu só tomei um café preto
Más o senhor no judeia dele não
Primeiro cuido dele meu motor judeio não

E meu dono falador arruma logo acomodação
Tira os arreiros água de montão
Aproveito me espojo minha esfoliação
E um lugar com pasto entro em ação

E as estradas do nordeste vou trilhando
As ferraduras vão deixando marcas pela pista
E os sítios povoados cidades vão ficando
Na memória a saudade aumentando

Nessa vida de cavalo aventureiro
Minha história vou fazendo
Já levei até carreira de cavalos
Contando o que viví, pensavam que era lorota

Agora me despeço desse cordel
Peço a todo que me entenda
Eu me autoelogiar
Sou Pernambucano tenho que me mostrar.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

PADRE E CÍCERO E LAMPIÃO ( Ícone de Geração )

No nordeste do meu Brasil
Um santo surgiu no Ceará
Nasceu para liderar e servir
A Deus e a Jesus a quem lhe convir

Em Angico nascia um filho de lavrador
Criança brincava com os visinhos
Cresceu viajando pelos sertões
Um bando se formou trazendo alucinações

Um padre foi forjado com fome e miséria
E um caso aconteceu de uma devota
A hóstia vira sangue numa terra remota
E faz da vida do padre uma reviravolta

Uma briga de visinhos
Correram pra lhe matar
O pai não esperava o tiro lhe acertar
O ódio pelo visinho começou a alentar
Para Roma foi chamado e o fato foi contar
Queria o vaticano o boato não espalhar
Mas o povo que viu logo se manifestou
E o padre Ciço Romão o povo todo clamou

Com a morte do pai na lembrança
E o ódio no coração foi pro bando
Senhor Pereira era o seu capitão
E Virgulino Ferreira vai virar Lampião

A igreja o excomungou
Seu coração de padre se fechou
Mas tinha uma sina nesta vida
Era auxiliar o pobre o sofredor

A cada emboscada ficava mais evidente
Um grande líder Lampião viria a ser
Destaque nos ataques e tática de fugir
Do cerco da polícia num grito escapulir

O povo do Juazeiro faz-lhe de prefeito
E o líder espiritual volta com força
A liderança e as idéias do homem
Fizeram uma cidade surgir

A separação do bando de sinhôr
Fez brotar um grande clarão
Outro bando foi formado
O chefe Virgulino Ferreira foi aclamado

Sua batina jamais foi esquecida
omeiro de toda parte surgiam
No Juazeiro encontrava um santo
Rezavam e se ajoelhavam e agradecia

O bando de Lampião ao longe se ouvia
De jagunços malvados todos tremiam
Sabonete, Risadinha, corisco e colchete
O povo já se via tiros sangue nos dentes

Sua morte foi anunciada
O povo não entendeu o recado
E via no homem sem pecado
Sem futuro uma nação, sem destino traçado

Foi se criando um ódio entre a população
O governo foi cobrado, prefeito indagado
Não pode um bando fazer tal judiação
Providências vamos tomar, coiteiros em ação

Foi formado um santuário de oração
Os peregrinos de todos os rincões
Ao Juazeiro rumaram com devoção
Contos, ladainhas, promessas e canção

Pra Mossoró se danô todos os cangaceiros
Dinheiro foi pedido com prazo de cobrador
Mas o prefeito homem honesto e lutador
Clamou os homens da cidade e quem não fosse traidor
Espremidos em paus de arara caros e a pé

Iam surgindo de todas as bandas
Homens e mulheres atrás de ganhar
A graça alcançada e a promessa pagar

Às quatro horas da tarde o ataque começou
Nos quatros cantos da cidade a bala ecoou
Os homens da cidade armaram a emboscada
Um tiro certeiro acertou colete e ficou lá

Hoje no Juazeiro a cada ano aumenta
Romeiros, estudiosos e pesquisador
Todos vão conferir o que faz a fé do povo
E fica abismado, um padre ser tão louvado

Jararaca o temido que fez toda a confusão
O pivô de toda aquela perdição
Levou um tiro nas costas e o inferno clareou
O bando saiu correndo e cidade festejou

Um povo sofrido a seca e o desemprego
Maus políticos ladrão, tudo junto agora
E danada da inflação, só resta a nós
A fé no Deus e no padre Ciço Romão

A chuva de bala de Mossoró
Ate hoje nos quatro cantos ecoa
A igreja tem onze tiros de recordação
Mas a bravura dos homens é de admiração

Na matriz o povo todo reza com o terço na mão
Os pedintes nas portas pedem esmolas
O cego entoa há anos a mesma canção
E Dona Zú sobrevive vendendo arroz e feijão

Lampião com o seu bando saíram em disparada
Hoje em Mossoró todo mês de junho
O povo aclama a si mesmo pela façanha
Orgulho, coragem movido ao amor a sua campanha

No alto vê-se a estátua branquinha
Na sexta da paixão o povo sobe contrito
A via cruzes do cristãoAo subir as escadas que levam a sua salvação

E hoje depois de oitenta e três anos
Em Mossoró de comemora com grande espetáculo
Forró, quadrilhas, canjicas e quentão
O São João comemora a derrota de Lampião

Um padre um político um cristão
Homem honrado, sem mácula verdadeira em oração
Ganhava com a direita e doava com a esquerda
Assim nascia um ícone do nordeste honrando a nação

Este pequeno trecho na vida desses dois
Padre Cícero e LampiãoHeróis dos nordestinos, bandido eu não sei não
Quem julga são vocês, a história que contei.

Ed` Bernardo

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Cordel - Meu Avô

Meu avô se foi no dia seis de setembro
Todo dia sete eu me lembro do enterrro
Quando chega a passeata a saudade desata
E lembro ele em vida arrastando as alpercatas

Crescí como todo planta cuidada
Brinquei, estudei casei, dancei, chorei e cantei
Até ficar com dó de mim
E no mundo coloquei duas jóias sem fim

E na ânsia de viver, inventei um mundo só meu
De sonhos concretos com erros e acertos
Sonhei com lugares que imaginei em livros
E imaginei luares, pomares, amores e amigos

Fui bancário, caixa, viajante árbitro de futebol
ex-ofício que ganhava tostão até gerente de salão
Com o apito danava amarelo e vermelho de montão
E o grito ecoava no estádio filho da puta ladrão.

Dei um basta na situação, não quero mais apitar
Enjoei de ouvir xingar minha mãe minha mulher e meu irmão
Restou-me um emprego no cassino do patrão
E cantarolei uma música eu despedir o meu patrão

Eu despedir o meu patrão desde o meu primeiro emprego
Ele roubava o que eu mais valia
E eu não gosto de ladrão
E entoei Zeca Baleiro até chegar no meu portão

E outra história agora eu ia viver
Pintei noites à dentro, comi livros
Músicas cantei no meu mundo imaginário
Minha arte explodiu e fiz um ideário

Desenhei carroça rabisquei o cavalo
Corrí atrás de patrocinador aloprado
Vendi um monte de quadros adoidado
Uma luta de gigantes vinha pro meu lado

Ed' Bernardo

Cordel - Minha Infância

Desde minha infância
Meu avô ja me contava
De um homem temido e valente
Que andava com um bando lutando pra ser gente

Eu pequeno escutava e não ficava com medo
Meu protetor estava perto eu era o neto predileto
E as histórias de faca, sangue e ação
E lá se ia formando outro contador do sertão

No tempo que todo mundo jantava à mesa
Ouvindo as histórias com carinho
Hoje cada canto da casa tem uma tv
E os parentes fica carente de se ver

E os causo de cidades saqueadas
Mulheres estupradas, senhoras desonradas
Depois , cachaça com rabada
E os versos de mulher rendeira e mais uma lapada.

Ed` Bernardo

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Prévia de 11:59


Todos os manequins, esta noite de madrugada vão ganhar vida no seu mundo. As lojas vão ser abertas e eles podem passear a vontade. Foi armada toda uma estrutura para eles, afinal eles merecem, pois passam o tempo todo ali em pé, sendo observados parecendo bichos empalhados, o “point” vai ser a praça de alimentação e uma boate improvisada em uma sala que estava abandonada. A casa que vende piscina será o playground, lembre-se que neste mundo dos manequins tem muitas crianças, foi feito uma oficina para os acidentes dos manequins. Os manequins que trabalham nas casas de vendas de motos, eles são os responsáveis, as livrarias estarão abertas e as tabacarias só com ordem do senhor Kim, na reunião foi alegado que por motivo de sentirmos cheiro, o cigarro é desnecessário e vai impregnar o ambiente, causou uma guerra na reunião, depois de muita conversa foi liberado, não temos mesmo pulmão, desculpa aí, humanos. O Sr. Kim foi o primeiro manequim, que chegou ao shopping, na época da construção um arquiteto trouxe-o para dar demonstração sobre segurança do trabalho, foi ficando pelo shopping o apelidaram de Kim, pois o nome Mané é feminino e simplificaram para Kim, depois da inauguração ele ficou vários meses esquecido no depósito, e foi sacudido em um tambor para ser incinerado. Um funcionário querendo fazer uma brincadeira com um companheiro, que chegara cheio de cachaça, colocou uma peruca e um vestido improvisado e colocou na cama junto com o peão, que era de um interior de Pernambuco Araripina, e chamou todo mundo pra olhar. Foi a maior zona, o peão dormiu agarrado e tudo, o Sr. Kim, não quer saber desta história, no dia seguinte o arquiteto viu Kim, jogado num canto e pediu que levassem ele para dar uma recuperada, pois ele era um símbolo de uma obra, com pouquíssimos acidentes de trabalho. Houve uma vez no carnaval que a piaozada fez serão e fizemos uma roupa de saco de cimento, pintamos de preto, colocamos uma madeira como um estandarte, ficou parecendo o homem da meia-noite, e ficamos rodando-o, com a cachaça rodando de boca em boca. Um peão fez uma batida de fruta com aguardente e açúcar e frutas da época, que até hoje tem gente com o estômago virado, o filho da puta do peão, foi a Ceasa, e pegou frutas do lixo, comprou uma cachaça ruim, que até hoje ninguém sabe se não foi álcool de carro, foi muito peão bêbado, até o Sr. Kim, tomou um gole, viemos saber da história depois, houve até briga com o peão e um encarregado, separamos se não ia dá ate morte.Ainda lembro do peão se defendendo.- As frutas tava no lixo, más estavam boa e o dinheiro que vocês me deram era pouco e eu tive que me virar, ninguém morreu e todo mundo ficou feliz.- Filho da puta, gritava o encarregado, ainda fica dando uma de bonzinho, querendo justificar a merda que fez, podia tá todo mundo contaminado com a doença do rato, fiquei com uma disenteria dos diabos, cheguei a cagar sangue, fui bater no hospital da restauração, tomei lavagem, não suporto até hoje chá de boldo, minha mulher ainda fica gosando, toda vez que vai a Ceasa pergunta se eu vou querer frutas.Outro dia este mesmo peão, chegou com uma garrafa de água mineral com suco dentro oferecendo, oia a batida, todo mundo caiu na gargalhada, até o encarregado que já tinha feito as pazes com ele, este peão morava lá na Brasília Teimosa, depois que foi demitido da obra, soubemos que foi pego roubando celular, e deram-lhe um tiro, que quase morre, hoje ele vende batida no galo da madrugada, encontrei-o no meio do fuzuê da avenida Guararapes, ganhando dinheiro que só, o processo continua o mesmo, Ceasa, álcool do posto, água, açúcar e garrafa de água mineral “panhadas”no lixo antes da festa de momo, é um real.